Resolução SEE nº 4.256/2020, de 9 de janeiro de 2020
Institui as Diretrizes para normatização e organização da Educação Especial na rede estadual de Ensino de Minas Gerais.
A SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, no uso de atribuição prevista no art. 93, §1o, Inciso III da Constituição do Estado de Minas Gerais, tendo em vista o disposto no artigo 59 da Lei Federal no 9394, de 20 de dezembro de 1996, RESOLVE:
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o – Ficam instituídas as Diretrizes Estaduais da Educação Especial Inclusiva que deverão ser observadas para o atendimento educacional dos estudantes públicos da Educação Especial, matriculados na Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais. Art. 2o – A Educação Especial é uma modalidade de educação escolar transversal a todos os níveis, anos de escolaridade e modalidades de ensino oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para estudantes com Deficiência, Transtorno do Espectro Autista e Altas Habilidades/Superdotação. Art. 3o – Considera-se público da Educação Especial, para efeito do que dispõe a presente resolução, os estudantes que apresentam: I- Deficiência: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental e intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. II- Transtorno do Espectro Autista (TEA): Considera-se pessoa com TEA aquela que apresenta quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. III- Altas Habilidades/Superdotação: Considera-se pessoa com Altas Habilidades/Superdotação aquela que demonstra potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.
CAPÍTULO II PRINCÍPIOS E FINALIDADES
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Art. 4o – A Educação Especial tem como objetivo garantir aos estudantes públicos da educação especial o direito de acesso às instituições escolares e ao currículo, a permanência e percurso escolar e a uma escolarização de qualidade, por meio da oferta dos atendimentos educacionais especializados. Art. 5o – São princípios e objetivos da educação especial inclusiva: I- direito de acesso ao conhecimento, desde o início de sua vida escolar, sem nenhuma forma de negligência, segregação, violência e discriminação; II- direito à educação de qualidade, igualitária, equitativa, inclusiva e centrada no respeito e na valorização à diversidade humana; III- direito de acesso, permanência e percurso com qualidade de ensino e aprendizagem, bem como a continuidade e conclusão nos níveis mais elevados de ensino; IV – direito ao atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e recursos de acessibilidade a fim de garantir o acesso ao currículo em condições de igualdade com os demais estudantes.
CAPÍTULO III
DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR
Art. 6o – Fica assegurado aos estudantes públicos da educação especial o direito à matrícula em escolas, classes ou turmas da Educação Básica, em todos os níveis e modalidades de ensino. Art. 7o – A matrícula do estudante público da educação especial é compulsória, sendo vedada a possibilidade de negativa de vaga, conforme legislação vigente. Art. 8o – Os regentes de turma e regentes de aula incumbir-se-ão de: I- Assumir o compromisso com a diversidade e com a equalização de oportunidades, privilegiando a colaboração e a cooperação de todos os estudantes na sala de aula; II- Utilizar a Base Nacional Comum Curricular e o Currículo Referência de Minas Gerais no planejamento pedagógico e na avaliação dos estudantes públicos da educação especial; III- Construir o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) em conjunto com o especialista da educação básica e com o professor de atendimento educacional especializado; IV – Trabalhar em parceria com os professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE), disponibilizando o plano de aula antecipadamente para planejamento dos recursos de acessibilidade dos estudantes; V – Zelar pela aprendizagem dos estudantes públicos da educação especial. Parágrafo único. O processo de ensino aprendizagem do estudante público da educação especial é de responsabilidade dos professores regentes de turma e regentes de aula, em colaboração com o professor do Atendimento Educacional Especializado. Art. 9o – Os professores do Atendimento Educacional Especializado incumbir-se-ão de: I- Eliminar, em colaboração com o regente, as barreiras que podem obstruir a participação plena e efetiva do estudante com deficiência nas atividades escolares em igualdade de condições com os demais estudantes; II- Trabalhar em colaboração com o regente de turma e regente de aula para planejamento dos recursos de acessibilidade dos estudantes com base no planejamento de aula dos regentes; III- Atuar na escola como multiplicador do conhecimento acerca de metodologias de ensino da Educação Especial, tecnologias assistivas e comunicação alternativa; IV – Zelar pela aprendizagem dos estudantes públicos da educação especial; V – Participar de reuniões e capacitações promovidas pela Secretaria de Estado de Educação, sempre que convocados; VI- Registrar todas as adaptações realizadas para o estudante.
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Art. 10 – É garantido ao estudante público da educação especial participar de todos os projetos e programas que forem realizados na instituição de ensino em que esteja matriculado, resguardando-se o direito de frequentar o Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos. Art. 11 – É garantido ao estudante com deficiência a realização de todas as adaptações razoáveis necessárias para garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia. Parágrafo único. Adaptações razoáveis são adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais.
CAPÍTULO IV DO PERCURSO ESCOLAR
Art. 12 – É direito do estudante com deficiência ter seu percurso escolar respeitado como todo estudante, sem retrocessos nos anos de escolaridade e níveis de ensino garantindo a continuidade de estudos e conclusão. Art. 13 – O Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é documento obrigatório para o acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem do estudante público da educação especial. §1o – O PDI deve ser construído por todos os atores envolvidos no processo de escolarização do estudante, sendo o Especialista da Educação Básica o profissional responsável por articular e garantir a sua construção. Na ausência desse profissional na escola o gestor escolar deve indicar o professor responsável por essa articulação. §2o – O PDI deve ser construído com base no histórico de vida do estudante, avaliação diagnóstica pedagógica, planejamento, acompanhamento e avaliação final. §3o – O PDI deverá acompanhar o estudante nos casos de transferência, a fim de subsidiar a continuidade dos trabalhos pedagógicos na escola que receberá sua matrícula. §4o – O Modelo do Plano de Desenvolvimento Individual constante no Anexo I desta resolução é o modelo padrão e de uso obrigatório nas escolas da Secretaria de Estado de Educação. Art. 14 – É direito do estudante público da educação especial flexibilização no tempo de estudo em até 50%, obedecendo-se aos seguintes critérios: I- Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, máximo de 02 anos, limitados a 01 ano no 2° ano e 1 ano no 5° ano; II- Nos anos finais do Ensino Fundamental, máximo de 02 anos, limitados a 01 ano no 7° ano e 1 ano no 9° ano; III- No Ensino Médio, máximo de 02 anos, limitados a 01 ano no 2° ano e 1 ano no 3° ano. §1o – No caso dos estudantes com deficiência matriculados na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, poderá ser flexibilizado até 50% do tempo de estudo de acordo com a necessidade pedagógica. §2o – Para proceder à flexibilização do tempo de escolaridade, a escola deverá considerar as características próprias de desenvolvimento do estudante, as intervenções e estratégias pedagógicas estabelecidas no PDI.
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§3o – A decisão acerca da flexibilização do tempo será mediante a necessidade pedagógica do estudante levando em consideração as habilidades e competências ainda não consolidadas e elencadas no PDI. §4o – A flexibilização deverá ser registrada por meio de relatório elaborado pelo regente de turma ou regente de aula, juntamente com especialista da escola e profissionais do AEE e referendado em conselho de classe. Esse documento deve ser arquivado na pasta do estudante. §5o – A flexibilização do tempo de escolaridade deve ser realizada de modo a evitar a excessiva distorção idade/ano de escolaridade para que o percurso escolar do estudante junto aos seus pares etários seja respeitado. Art. 15 – Para os estudantes com Altas Habilidades/Superdotação é garantida a possibilidade de avanço/aceleração conforme legislação vigente. Art. 16 – A avaliação do estudante da educação especial deverá levar em consideração as especificidades e potencialidades de cada estudante, utilizando-se o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI). Parágrafo único. Na avaliação dever-se-ão utilizar recursos pedagógicos alternativos, tais como: extensão do tempo da prova, adaptações no formato das provas, prova oral, utilização de recursos tecnológicos, materiais concretos, recursos humanos de apoio, dentre outras modificações que se fizerem necessárias. Art. 17 – É garantido ao estudante público da educação especial o direito à conclusão dos níveis de ensino por meio do percurso e, nos casos de Altas Habilidades/Superdotação, aceleração. Art. 18 – O certificado de conclusão/histórico escolar emitido aos estudantes públicos da educação especial segue o modelo padrão estabelecido pela legislação vigente na Rede Estadual. Parágrafo único. Conforme legislação vigente, cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações cabíveis.
CAPÍTULO V
DA OFERTA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) Art. 19 – O Atendimento Educacional Especializado (AEE) consiste na utilização de métodos, técnicas, recursos e procedimentos didáticos desenvolvidos nas diferentes modalidades, anos de escolaridade e níveis de ensino para complementar ou suplementar a formação dos estudantes da educação especial para garantir o acesso ao currículo e qualidade no processo de ensino aprendizagem. Art. 20 – São objetivos do AEE: I- promover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializado de acordo com as necessidades individuais dos estudantes; II- garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; III- fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; IV – assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, anos de escolaridade e modalidades de ensino; V – construir recursos de acessibilidades educacionais.
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Parágrafo único. Consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos estudantes, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação e dos demais serviços. SEÇÃO I SALA DE RECURSOS
Art. 21 – A Sala de Recursos caracteriza-se como um atendimento educacional especializado que visa a complementação ou suplementação do atendimento educacional comum ofertado exclusivamente para estudantes públicos da educação especial, matriculados em escolas comuns em quaisquer níveis de ensino. Parágrafo único. A finalidade do AEE em sala de recursos é o desenvolvimento da cognição e metacognição, atividades de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e tecnologias assistivas para estudante público da educação especial. Art. 22 – A oferta do AEE em sala de recursos é obrigatória a todos os estudantes públicos da educação especial no contraturno de sua escolarização e vedada aos estudantes que não são público da educação especial. Parágrafo único. Serão contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, os alunos matriculados em classe comum de ensino regular que tiverem matrícula concomitante em sala de recursos. Art. 23 – A matrícula em sala de recursos deverá ser ofertada, prioritariamente, na própria escola ou em outra escola de ensino comum, observando-se o acesso e conveniência pedagógica para o estudante. Art. 24 – Poderão ser matriculados de 8 (oito) a 20 (vinte) estudantes a cada turma autorizada pela Superintendência Regional de Ensino, após comprovação da demanda e espaço físico. Art. 25 – O atendimento poderá ser individual ou em pequenos grupos, com duração mínima de 50 minutos, frequência determinada pelo professor de sala de recurso, articulado com o planejamento pedagógico do professor regente do estudante. Art. 26 – É de competência dos professores que atuam nas salas de recursos a elaboração e execução do Plano de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) que identifique as necessidades educacionais do estudante e que defina os recursos a serem utilizados, as atividades a serem desenvolvidas e o cronograma de atendimento.
SEÇÃO II
PROFESSOR DE APOIO À COMUNICAÇÃO, LINGUAGEM E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
(ACLTA)
Art. 27 – O Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas (ACLTA) tem a função de apoiar o processo pedagógico de escolarização do estudante com disfunção neuromotora grave, deficiência múltipla ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculado na escola comum, sendo autorizado 1 (um) professor para até 3 (três) estudantes matriculados no mesmo ano de escolaridade e frequentes na mesma turma. § 1o – Nos casos em que houver na escola apenas uma turma para o ano de escolaridade, o Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas poderá atender mais de três estudantes.
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§ 2o – É vedada a coexistência de mais de um Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas em uma mesma turma. § 3o – A autorização do Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas (ACLTA) se justifica quando o estudante apresentar necessidades de suporte na comunicação alternativa, aumentativa ou no uso de recursos de tecnologias assistivas.
SEÇÃO III
TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS (TILS)
Art. 28 – O intérprete educacional é aquele que ocupa o cargo de professor na função de Tradutor e Intérprete de Libras na escola comum e tem a função de mediar a comunicação entre os usuários de Língua de Sinais e os de Língua Oral no contexto escolar, traduzindo/interpretando as aulas, com o objetivo de assegurar o acesso dos surdos à educação. § 1o – Será autorizado 1 (um) profissional para acompanhar até 15 (quinze) estudantes surdos matriculados no mesmo ano de escolaridade e frequentes na mesma turma. § 2o – Às populações indígenas que possuem Língua de Sinais própria, será autorizada a atuação de profissional apto a estabelecer a mediação comunicativa do estudante indígena surdo. Art. 29 – O Tradutor e Intérprete de Libras deve trabalhar em conjunto com os regentes de turma e de aula no planejamento de suas aulas, orientando-os quanto às especificidades da Libras e do Português como segunda língua na modalidade escrita. SEÇÃO IV GUIA-INTÉRPRETE (GI)
Art. 30 – O Guia-Intérprete é aquele que ocupa o cargo de professor e exerce a função de mediador comunicativo do estudante surdocego, transmitindo-lhe todas as informações de modo fidedigno e compreensível, assegurando-lhe o acesso aos ambientes da escola. Parágrafo único. Será autorizado 1 (um) Guia-Intérprete para cada estudante surdocego.
CAPÍTULO VI DAS ESCOLAS ESPECIAIS
Art. 31 – A escola especial é aquela que oferta exclusivamente a modalidade de ensino da Educação Especial e atende somente estudantes com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista (TEA), comprovados e documentados por profissional da área da saúde. Art. 32 – As turmas de escolarização nas escolas especiais serão autorizadas com o quantitativo mínimo de 08 (oito) e máximo de 15 (quinze) estudantes. Art. 33 – O processo de matrícula nas escolas especiais deverá seguir as orientações específicas desta modalidade publicadas pela Secretaria de Estado de Educação. Art. 34 – As escolas especiais terão a autorização de designar um Auxiliar de Serviços da Educação Básica (ASB) por turma para apoiar as atividades de vida diária dos estudantes.
SEÇÃO I
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
Art. 35 – As equipes multiprofissionais lotadas nas escolas estaduais especiais devem atuar na orientação pedagógica tanto das escolas especiais quanto das escolas comuns.
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§ 1o – É vedado aos profissionais desta equipe prestar atendimento clínico aos estudantes no âmbito escolar. § 2o – Os profissionais de cada área, após conhecer o estudante, devem contribuir de modo transdisciplinar orientando os profissionais das escolas acerca das intervenções que devem ser feitas dentro do ambiente escolar para o desenvolvimento pedagógico do estudante. § 3o – O planejamento dos cronogramas de atendimento às escolas comuns deve ser realizado em conjunto com a Equipe do Serviço de Apoio à Inclusão da Superintendência Regional de Ensino de sua circunscrição. § 4o – A equipe multiprofissional deve produzir um relatório com suas análises e orientações às escolas comuns após cada trabalho realizado e compartilhar com a Equipe do Serviço de Apoio à Inclusão para dar ciência à Superintendência Regional de Ensino. § 5o – As equipes multiprofissionais devem auxiliar as escolas especiais no processo de matrícula dos estudantes.
CAPÍTULO VII
DA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
Art. 36 – Os cursos de Formação Continuada são ofertados pela Secretaria de Estado de Educação, por meio da Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI), através dos Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez de Minas Gerais (CAS), Centros de Referência na Educação Especial Inclusiva (CREI), Núcleos de Capacitação e Apoio Pedagógico às Escolas de Educação Básica e Instrutores de Libras das Superintendências Regionais de Ensino. Parágrafo único. As capacitações são organizadas em módulos presenciais e/ou à distância, de acordo com a proposta de cada curso ofertado e os certificados são expedidos pela Escola de Formação da Secretaria de Estado de Educação. SEÇÃO I
DO CENTRO DE CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO E DE ATENDIMENTO
ÀS PESSOAS COM SURDEZ (CAS)
Art. 37 – Os Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) têm por objetivos orientar e apoiar as escolas no atendimento aos estudantes com deficiência auditiva, surdos e surdocegos matriculados na Rede Estadual de Ensino por meio de capacitação de profissionais das escolas, da produção de materiais acessíveis e da utilização de tecnologias assistivas. Parágrafo único. Compete aos Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) a realização de avaliação das competências e habilidades tradutórias e interpretativas de candidatos a Tradutor e Intérprete de Libras para atuarem nas escolas estaduais. Art. 38 – Os Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) vinculam-se administrativamente a uma escola estadual conforme seu município de implantação e à respectiva Superintendência Regional de Ensino. Parágrafo único. Os CAS desenvolvem suas atividades considerando áreas de abrangência definidas pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI).
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Art. 39 – Os Núcleos de Capacitação e Apoio Pedagógico às Escolas de Educação Básica vinculam-se pedagogicamente a um CAS e, administrativamente, a uma escola estadual do município de implantação e à respectiva Superintendência Regional de Ensino. Parágrafo único. Os Núcleos de Capacitação desenvolvem suas atividades considerando áreas de abrangência definidas pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI). Art. 40 – A organização e o funcionamento dos CAS e Núcleos serão normatizados através de Resolução específica da Secretaria de Estado de Educação, e o detalhamento de suas atividades serão descritas em diretrizes específicas.
SEÇÃO II INSTRUTOR DE LIBRAS
Art. 41 – O instrutor de Libras é o profissional surdo que ocupa o cargo de professor com a função de ensinar a Língua Brasileira de Sinais. Art. 42 – As Superintendências Regionais de Ensino devem organizar cursos de Libras para formação continuada de seus professores, desenvolvidos por Instrutores de Libras designados para este fim, de acordo com a demanda e autorização da Secretaria de Estado de Educação. § 1o – Os Instrutores de Libras que atuarão nas Superintendências Regionais de Ensino e nos municípios de sua circunscrição serão lotados administrativamente em uma escola da Rede Estadual e atuarão nos diversos municípios. § 2o Os Instrutores de Libras estão vinculados pedagogicamente ao Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) da área de abrangência da Superintendência Regional de Ensino. § 3o – O atendimento do Instrutor de Libras aos estudantes surdos matriculados nas salas de recursos é organizado pelas Superintendências Regionais de Ensino.
SEÇÃO III
DO CENTRO DE APOIO PEDAGÓGICO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL (CAP) Art. 43 – Os Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) têm por objetivos orientar e apoiar as escolas no atendimento aos estudantes com deficiência visual e surdocegueira matriculados na Rede Estadual de Ensino, por meio de capacitação de profissionais das escolas, da produção de materiais acessíveis e da utilização de tecnologias assistivas. Art. 44 – Os Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) vinculam-se administrativamente a uma escola estadual do município de implantação e à respectiva Superintendência Regional de Ensino. Parágrafo único. Os CAPs e Núcleos de Capacitação e Apoio Pedagógico às Escolas de Educação Básica desenvolvem suas atividades considerando as áreas de abrangência definidas pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI). Art. 45 – Os Núcleos de Capacitação e Apoio Pedagógico às Escolas de Educação Básica vinculam-se pedagogicamente a um CAP e administrativamente a uma Escola Estadual e desenvolvem suas atividades considerando áreas de abrangência definidas pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI). Art. 46 – A organização e o funcionamento dos CAPs e Núcleos serão normatizados através de Resolução específica da Secretaria de Estado de Educação e o detalhamento de suas atividades
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serão descritas em diretrizes específicas.
SEÇÃO IV
DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA (CREI) Art. 47 – Os Centros de Referência na Educação Especial Inclusiva (CREI) têm por objetivos orientar e apoiar as escolas comuns no atendimento aos estudantes com Deficiência, Transtorno do Espectro Autista e Altas Habilidades/Superdotação matriculados na Rede Estadual de Ensino, por meio de capacitação e orientação de profissionais das escolas, da produção de materiais acessíveis e da utilização de tecnologias assistivas. Art. 48 – Os Centros de Referência de Educação Especial Inclusiva (CREI) vinculam-se administrativamente a uma escola estadual do município de implantação e à respectiva Superintendência Regional de Ensino. Parágrafo único. Os CREIs desenvolvem suas atividades considerando as áreas de abrangência definidas pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI). Art. 49 – A organização e o funcionamento dos CREIs serão normatizados através de Resolução específica da Secretaria de Estado de Educação e o detalhamento de suas atividades serão descritas em diretrizes específicas.
CAPÍTULO VIII DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
Art. 50 – Aos gestores das escolas é imputada a responsabilidade de garantir uma reunião semestral com os responsáveis pelos estudantes públicos da educação especial com a finalidade de apresentar os direitos e recursos pedagógicos que são disponibilizados aos mesmos. Art. 51 – É direito da família ter acesso ao Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) sempre que solicitado. Art. 52 – As equipes do Serviço de Apoio à Inclusão das Superintendências Regionais de Ensino devem trabalhar de forma articulada com o Serviço de Inspeção Escolar, para potencializar o monitoramento das escolas, sempre que for necessário. Art. 53 – O gestor escolar deve solicitar e arquivar os documentos dos profissionais da área da saúde que atestam a deficiência dos estudantes até 90 (noventa) dias corridos após a realização da matrícula. Art. 54 – Para os estudantes que necessitarem de apoio para desenvolver atividades da vida diária (locomoção, higiene pessoal e alimentação), será autorizado um Auxiliar de Serviços da Educação Básica (ASB) conforme quantitativo previsto em legislação vigente, além do comporta da escola. Art. 55 – Serão estabelecidas e publicadas pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, orientações sobre organização, desenvolvimento e funcionamento das atividades relacionadas à Educação Especial, ficando sem efeito o Guia de Orientação da Educação Especial e a Cartilha para pais, estudantes e profissionais da educação na rede estadual de ensino de Minas Gerais publicados anterior a data desta Resolução. Art. 56 – Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, em Belo Horizonte, 2020.
MINAS GERAIS. Resolução SEE nº 4.256, de 9 de janeiro de 2020. Disponível em: <http://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/4256-20-r%20-%20Public.10-01-20.pdf.pdf> Acesso em: 31 Jul. 2020.
Resolução SEE nº 4.256/2020, de 9 de janeiro de 2020
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Institui as Diretrizes para normatização e organização da Educação Especial na rede estadual de Ensino de Minas Gerais.
A SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, no uso de atribuição prevista no art. 93, §1o,
Inciso III da Constituição do Estado de Minas Gerais, tendo em vista o disposto no artigo 59 da Lei
Federal no 9394, de 20 de dezembro de 1996,
RESOLVE:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o – Ficam instituídas as Diretrizes Estaduais da Educação Especial Inclusiva que deverão ser
observadas para o atendimento educacional dos estudantes públicos da Educação Especial,
matriculados na Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais.
Art. 2o – A Educação Especial é uma modalidade de educação escolar transversal a todos os
níveis, anos de escolaridade e modalidades de ensino oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para estudantes com Deficiência, Transtorno do Espectro Autista e Altas
Habilidades/Superdotação.
Art. 3o – Considera-se público da Educação Especial, para efeito do que dispõe a presente
resolução, os estudantes que apresentam:
I- Deficiência: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental e intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
II- Transtorno do Espectro Autista (TEA): Considera-se pessoa com TEA aquela que apresenta
quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações
sociais, na comunicação ou estereotipias motoras.
III- Altas Habilidades/Superdotação: Considera-se pessoa com Altas Habilidades/Superdotação
aquela que demonstra potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou
combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar
grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu
interesse.
CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS E FINALIDADES
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Art. 4o – A Educação Especial tem como objetivo garantir aos estudantes públicos da educação
especial o direito de acesso às instituições escolares e ao currículo, a permanência e percurso
escolar e a uma escolarização de qualidade, por meio da oferta dos atendimentos educacionais
especializados.
Art. 5o – São princípios e objetivos da educação especial inclusiva:
I- direito de acesso ao conhecimento, desde o início de sua vida escolar, sem nenhuma forma de
negligência, segregação, violência e discriminação;
II- direito à educação de qualidade, igualitária, equitativa, inclusiva e centrada no respeito e na
valorização à diversidade humana;
III- direito de acesso, permanência e percurso com qualidade de ensino e aprendizagem, bem
como a continuidade e conclusão nos níveis mais elevados de ensino;
IV – direito ao atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e recursos
de acessibilidade a fim de garantir o acesso ao currículo em condições de igualdade com os
demais estudantes.
CAPÍTULO III
DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR
Art. 6o – Fica assegurado aos estudantes públicos da educação especial o direito à matrícula em
escolas, classes ou turmas da Educação Básica, em todos os níveis e modalidades de ensino.
Art. 7o – A matrícula do estudante público da educação especial é compulsória, sendo vedada a
possibilidade de negativa de vaga, conforme legislação vigente.
Art. 8o – Os regentes de turma e regentes de aula incumbir-se-ão de:
I- Assumir o compromisso com a diversidade e com a equalização de oportunidades,
privilegiando a colaboração e a cooperação de todos os estudantes na sala de aula;
II- Utilizar a Base Nacional Comum Curricular e o Currículo Referência de Minas Gerais no
planejamento pedagógico e na avaliação dos estudantes públicos da educação especial;
III- Construir o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) em conjunto com o especialista da
educação básica e com o professor de atendimento educacional especializado;
IV – Trabalhar em parceria com os professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE),
disponibilizando o plano de aula antecipadamente para planejamento dos recursos de
acessibilidade dos estudantes;
V – Zelar pela aprendizagem dos estudantes públicos da educação especial.
Parágrafo único. O processo de ensino aprendizagem do estudante público da educação especial
é de responsabilidade dos professores regentes de turma e regentes de aula, em colaboração
com o professor do Atendimento Educacional Especializado.
Art. 9o – Os professores do Atendimento Educacional Especializado incumbir-se-ão de:
I- Eliminar, em colaboração com o regente, as barreiras que podem obstruir a participação plena
e efetiva do estudante com deficiência nas atividades escolares em igualdade de condições com
os demais estudantes;
II- Trabalhar em colaboração com o regente de turma e regente de aula para planejamento dos
recursos de acessibilidade dos estudantes com base no planejamento de aula dos regentes;
III- Atuar na escola como multiplicador do conhecimento acerca de metodologias de ensino da
Educação Especial, tecnologias assistivas e comunicação alternativa;
IV – Zelar pela aprendizagem dos estudantes públicos da educação especial;
V – Participar de reuniões e capacitações promovidas pela Secretaria de Estado de Educação,
sempre que convocados;
VI- Registrar todas as adaptações realizadas para o estudante.
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Art. 10 – É garantido ao estudante público da educação especial participar de todos os projetos e
programas que forem realizados na instituição de ensino em que esteja matriculado,
resguardando-se o direito de frequentar o Atendimento Educacional Especializado em Sala de
Recursos.
Art. 11 – É garantido ao estudante com deficiência a realização de todas as adaptações razoáveis
necessárias para garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade,
promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia.
Parágrafo único. Adaptações razoáveis são adaptações, modificações e ajustes necessários e
adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada
caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de
condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais.
CAPÍTULO IV
DO PERCURSO ESCOLAR
Art. 12 – É direito do estudante com deficiência ter seu percurso escolar respeitado como todo
estudante, sem retrocessos nos anos de escolaridade e níveis de ensino garantindo a
continuidade de estudos e conclusão.
Art. 13 – O Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é documento obrigatório para o
acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem do estudante público da educação
especial.
§1o – O PDI deve ser construído por todos os atores envolvidos no processo de escolarização do
estudante, sendo o Especialista da Educação Básica o profissional responsável por articular e
garantir a sua construção. Na ausência desse profissional na escola o gestor escolar deve indicar
o professor responsável por essa articulação.
§2o – O PDI deve ser construído com base no histórico de vida do estudante, avaliação diagnóstica
pedagógica, planejamento, acompanhamento e avaliação final.
§3o – O PDI deverá acompanhar o estudante nos casos de transferência, a fim de subsidiar a
continuidade dos trabalhos pedagógicos na escola que receberá sua matrícula.
§4o – O Modelo do Plano de Desenvolvimento Individual constante no Anexo I desta resolução é o
modelo padrão e de uso obrigatório nas escolas da Secretaria de Estado de Educação.
Art. 14 – É direito do estudante público da educação especial flexibilização no tempo de estudo
em até 50%, obedecendo-se aos seguintes critérios:
I- Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, máximo de 02 anos, limitados a 01 ano no 2° ano e 1
ano no 5° ano;
II- Nos anos finais do Ensino Fundamental, máximo de 02 anos, limitados a 01 ano no 7° ano e 1
ano no 9° ano;
III- No Ensino Médio, máximo de 02 anos, limitados a 01 ano no 2° ano e 1 ano no 3° ano.
§1o – No caso dos estudantes com deficiência matriculados na modalidade de Educação de
Jovens e Adultos, poderá ser flexibilizado até 50% do tempo de estudo de acordo com a
necessidade pedagógica.
§2o – Para proceder à flexibilização do tempo de escolaridade, a escola deverá considerar as
características próprias de desenvolvimento do estudante, as intervenções e estratégias
pedagógicas estabelecidas no PDI.
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§3o – A decisão acerca da flexibilização do tempo será mediante a necessidade pedagógica do
estudante levando em consideração as habilidades e competências ainda não consolidadas e
elencadas no PDI.
§4o – A flexibilização deverá ser registrada por meio de relatório elaborado pelo regente de turma
ou regente de aula, juntamente com especialista da escola e profissionais do AEE e referendado
em conselho de classe. Esse documento deve ser arquivado na pasta do estudante.
§5o – A flexibilização do tempo de escolaridade deve ser realizada de modo a evitar a excessiva
distorção idade/ano de escolaridade para que o percurso escolar do estudante junto aos seus
pares etários seja respeitado.
Art. 15 – Para os estudantes com Altas Habilidades/Superdotação é garantida a possibilidade de
avanço/aceleração conforme legislação vigente.
Art. 16 – A avaliação do estudante da educação especial deverá levar em consideração as
especificidades e potencialidades de cada estudante, utilizando-se o Plano de Desenvolvimento
Individual (PDI).
Parágrafo único. Na avaliação dever-se-ão utilizar recursos pedagógicos alternativos, tais como:
extensão do tempo da prova, adaptações no formato das provas, prova oral, utilização de recursos
tecnológicos, materiais concretos, recursos humanos de apoio, dentre outras modificações que se
fizerem necessárias.
Art. 17 – É garantido ao estudante público da educação especial o direito à conclusão dos níveis
de ensino por meio do percurso e, nos casos de Altas Habilidades/Superdotação, aceleração.
Art. 18 – O certificado de conclusão/histórico escolar emitido aos estudantes públicos da
educação especial segue o modelo padrão estabelecido pela legislação vigente na Rede
Estadual.
Parágrafo único. Conforme legislação vigente, cabe a cada instituição de ensino expedir
históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão
de cursos, com as especificações cabíveis.
CAPÍTULO V
DA OFERTA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE)
Art. 19 – O Atendimento Educacional Especializado (AEE) consiste na utilização de métodos,
técnicas, recursos e procedimentos didáticos desenvolvidos nas diferentes modalidades, anos de
escolaridade e níveis de ensino para complementar ou suplementar a formação dos estudantes da
educação especial para garantir o acesso ao currículo e qualidade no processo de ensino
aprendizagem.
Art. 20 – São objetivos do AEE:
I- promover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir
serviços de apoio especializado de acordo com as necessidades individuais dos estudantes;
II- garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular;
III- fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras
no processo de ensino e aprendizagem;
IV – assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, anos de escolaridade
e modalidades de ensino;
V – construir recursos de acessibilidades educacionais.
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Parágrafo único. Consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram
condições de acesso ao currículo dos estudantes, promovendo a utilização dos materiais
didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de
comunicação e informação e dos demais serviços.
SEÇÃO I
SALA DE RECURSOS
Art. 21 – A Sala de Recursos caracteriza-se como um atendimento educacional especializado que
visa a complementação ou suplementação do atendimento educacional comum ofertado
exclusivamente para estudantes públicos da educação especial, matriculados em escolas comuns
em quaisquer níveis de ensino.
Parágrafo único. A finalidade do AEE em sala de recursos é o desenvolvimento da cognição e
metacognição, atividades de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos
específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e tecnologias assistivas para
estudante público da educação especial.
Art. 22 – A oferta do AEE em sala de recursos é obrigatória a todos os estudantes públicos da
educação especial no contraturno de sua escolarização e vedada aos estudantes que não são
público da educação especial.
Parágrafo único. Serão contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, os alunos
matriculados em classe comum de ensino regular que tiverem matrícula concomitante em sala de
recursos.
Art. 23 – A matrícula em sala de recursos deverá ser ofertada, prioritariamente, na própria escola
ou em outra escola de ensino comum, observando-se o acesso e conveniência pedagógica para o
estudante.
Art. 24 – Poderão ser matriculados de 8 (oito) a 20 (vinte) estudantes a cada turma autorizada pela
Superintendência Regional de Ensino, após comprovação da demanda e espaço físico.
Art. 25 – O atendimento poderá ser individual ou em pequenos grupos, com duração mínima de 50
minutos, frequência determinada pelo professor de sala de recurso, articulado com o planejamento
pedagógico do professor regente do estudante.
Art. 26 – É de competência dos professores que atuam nas salas de recursos a elaboração e
execução do Plano de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) que identifique as
necessidades educacionais do estudante e que defina os recursos a serem utilizados, as
atividades a serem desenvolvidas e o cronograma de atendimento.
SEÇÃO II
PROFESSOR DE APOIO À COMUNICAÇÃO, LINGUAGEM E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
(ACLTA)
Art. 27 – O Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas (ACLTA) tem
a função de apoiar o processo pedagógico de escolarização do estudante com disfunção
neuromotora grave, deficiência múltipla ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculado na
escola comum, sendo autorizado 1 (um) professor para até 3 (três) estudantes matriculados no
mesmo ano de escolaridade e frequentes na mesma turma.
§ 1o – Nos casos em que houver na escola apenas uma turma para o ano de escolaridade, o
Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas poderá atender mais de
três estudantes.
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§ 2o – É vedada a coexistência de mais de um Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e
Tecnologias Assistivas em uma mesma turma.
§ 3o – A autorização do Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas
(ACLTA) se justifica quando o estudante apresentar necessidades de suporte na comunicação
alternativa, aumentativa ou no uso de recursos de tecnologias assistivas.
SEÇÃO III
TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS (TILS)
Art. 28 – O intérprete educacional é aquele que ocupa o cargo de professor na função de Tradutor
e Intérprete de Libras na escola comum e tem a função de mediar a comunicação entre os
usuários de Língua de Sinais e os de Língua Oral no contexto escolar, traduzindo/interpretando as
aulas, com o objetivo de assegurar o acesso dos surdos à educação.
§ 1o – Será autorizado 1 (um) profissional para acompanhar até 15 (quinze) estudantes surdos
matriculados no mesmo ano de escolaridade e frequentes na mesma turma.
§ 2o – Às populações indígenas que possuem Língua de Sinais própria, será autorizada a atuação
de profissional apto a estabelecer a mediação comunicativa do estudante indígena surdo.
Art. 29 – O Tradutor e Intérprete de Libras deve trabalhar em conjunto com os regentes de turma e
de aula no planejamento de suas aulas, orientando-os quanto às especificidades da Libras e do
Português como segunda língua na modalidade escrita.
SEÇÃO IV
GUIA-INTÉRPRETE (GI)
Art. 30 – O Guia-Intérprete é aquele que ocupa o cargo de professor e exerce a função de
mediador comunicativo do estudante surdocego, transmitindo-lhe todas as informações de modo
fidedigno e compreensível, assegurando-lhe o acesso aos ambientes da escola.
Parágrafo único. Será autorizado 1 (um) Guia-Intérprete para cada estudante surdocego.
CAPÍTULO VI
DAS ESCOLAS ESPECIAIS
Art. 31 – A escola especial é aquela que oferta exclusivamente a modalidade de ensino da
Educação Especial e atende somente estudantes com Deficiência e Transtorno do Espectro
Autista (TEA), comprovados e documentados por profissional da área da saúde.
Art. 32 – As turmas de escolarização nas escolas especiais serão autorizadas com o quantitativo
mínimo de 08 (oito) e máximo de 15 (quinze) estudantes.
Art. 33 – O processo de matrícula nas escolas especiais deverá seguir as orientações específicas
desta modalidade publicadas pela Secretaria de Estado de Educação.
Art. 34 – As escolas especiais terão a autorização de designar um Auxiliar de Serviços da
Educação Básica (ASB) por turma para apoiar as atividades de vida diária dos estudantes.
SEÇÃO I
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
Art. 35 – As equipes multiprofissionais lotadas nas escolas estaduais especiais devem atuar na
orientação pedagógica tanto das escolas especiais quanto das escolas comuns.
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§ 1o – É vedado aos profissionais desta equipe prestar atendimento clínico aos estudantes no
âmbito escolar.
§ 2o – Os profissionais de cada área, após conhecer o estudante, devem contribuir de modo
transdisciplinar orientando os profissionais das escolas acerca das intervenções que devem ser
feitas dentro do ambiente escolar para o
desenvolvimento pedagógico do estudante.
§ 3o – O planejamento dos cronogramas de atendimento às escolas comuns deve ser realizado em
conjunto com a Equipe do Serviço de Apoio à Inclusão da Superintendência Regional de Ensino
de sua circunscrição.
§ 4o – A equipe multiprofissional deve produzir um relatório com suas análises e orientações às
escolas comuns após cada trabalho realizado e compartilhar com a Equipe do Serviço de Apoio à
Inclusão para dar ciência à Superintendência Regional de Ensino.
§ 5o – As equipes multiprofissionais devem auxiliar as escolas especiais no processo de matrícula
dos estudantes.
CAPÍTULO VII
DA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
Art. 36 – Os cursos de Formação Continuada são ofertados pela Secretaria de Estado de
Educação, por meio da Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI), através dos
Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), Centro de Capacitação
de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez de Minas Gerais (CAS),
Centros de Referência na Educação Especial Inclusiva (CREI), Núcleos de Capacitação e Apoio
Pedagógico às Escolas de Educação Básica e Instrutores de Libras das Superintendências
Regionais de Ensino.
Parágrafo único. As capacitações são organizadas em módulos presenciais e/ou à distância, de
acordo com a proposta de cada curso ofertado e os certificados são expedidos pela Escola de
Formação da Secretaria de Estado de Educação.
SEÇÃO I
DO CENTRO DE CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO E DE ATENDIMENTO
ÀS PESSOAS COM SURDEZ (CAS)
Art. 37 – Os Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas
com Surdez (CAS) têm por objetivos orientar e apoiar as escolas no atendimento aos estudantes
com deficiência auditiva, surdos e surdocegos matriculados na Rede Estadual de Ensino por meio
de capacitação de profissionais das escolas, da produção de materiais acessíveis e da utilização
de tecnologias assistivas.
Parágrafo único. Compete aos Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de
Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) a realização de avaliação das competências e
habilidades tradutórias e interpretativas de candidatos a Tradutor e Intérprete de Libras para
atuarem nas escolas estaduais.
Art. 38 – Os Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas
com Surdez (CAS) vinculam-se administrativamente a uma escola estadual conforme seu
município de implantação e à respectiva Superintendência Regional de Ensino.
Parágrafo único. Os CAS desenvolvem suas atividades considerando áreas de abrangência
definidas pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI).
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Art. 39 – Os Núcleos de Capacitação e Apoio Pedagógico às Escolas de Educação Básica
vinculam-se pedagogicamente a um CAS e, administrativamente, a uma escola estadual do
município de implantação e à respectiva Superintendência Regional de Ensino.
Parágrafo único. Os Núcleos de Capacitação desenvolvem suas atividades considerando áreas
de abrangência definidas pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI).
Art. 40 – A organização e o funcionamento dos CAS e Núcleos serão normatizados através de
Resolução específica da Secretaria de Estado de Educação, e o detalhamento de suas atividades
serão descritas em diretrizes específicas.
SEÇÃO II
INSTRUTOR DE LIBRAS
Art. 41 – O instrutor de Libras é o profissional surdo que ocupa o cargo de professor com a função
de ensinar a Língua Brasileira de Sinais.
Art. 42 – As Superintendências Regionais de Ensino devem organizar cursos de Libras para
formação continuada de seus professores, desenvolvidos por Instrutores de Libras designados
para este fim, de acordo com a demanda e autorização da Secretaria de Estado de Educação.
§ 1o – Os Instrutores de Libras que atuarão nas Superintendências Regionais de Ensino e nos
municípios de sua circunscrição serão lotados administrativamente em uma escola da Rede
Estadual e atuarão nos diversos municípios.
§ 2o Os Instrutores de Libras estão vinculados pedagogicamente ao Centro de Capacitação de
Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) da área de
abrangência da Superintendência Regional de Ensino.
§ 3o – O atendimento do Instrutor de Libras aos estudantes surdos matriculados nas salas de
recursos é organizado pelas Superintendências Regionais de Ensino.
SEÇÃO III
DO CENTRO DE APOIO PEDAGÓGICO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL (CAP)
Art. 43 – Os Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) têm por
objetivos orientar e apoiar as escolas no atendimento aos estudantes com deficiência visual e
surdocegueira matriculados na Rede Estadual de Ensino, por meio de capacitação de
profissionais das escolas, da produção de materiais acessíveis e da utilização de tecnologias
assistivas.
Art. 44 – Os Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) vinculam-se
administrativamente a uma escola estadual do município de implantação e à respectiva
Superintendência Regional de Ensino.
Parágrafo único. Os CAPs e Núcleos de Capacitação e Apoio Pedagógico às Escolas de
Educação Básica desenvolvem suas atividades considerando as áreas de abrangência definidas
pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI).
Art. 45 – Os Núcleos de Capacitação e Apoio Pedagógico às Escolas de Educação Básica
vinculam-se pedagogicamente a um CAP e administrativamente a uma Escola Estadual e
desenvolvem suas atividades considerando áreas de abrangência definidas pela Coordenação de
Educação Especial Inclusiva (CEEI).
Art. 46 – A organização e o funcionamento dos CAPs e Núcleos serão normatizados através de
Resolução específica da Secretaria de Estado de Educação e o detalhamento de suas atividades
Resolução 4256 (10446422) SEI 1260.01.0090698/2019-04 / pg. 8
serão descritas em diretrizes específicas.
SEÇÃO IV
DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA (CREI)
Art. 47 – Os Centros de Referência na Educação Especial Inclusiva (CREI) têm por objetivos
orientar e apoiar as escolas comuns no atendimento aos estudantes com Deficiência, Transtorno
do Espectro Autista e Altas Habilidades/Superdotação matriculados na Rede Estadual de Ensino,
por meio de capacitação e orientação de profissionais das escolas, da produção de materiais
acessíveis e da utilização de tecnologias assistivas.
Art. 48 – Os Centros de Referência de Educação Especial Inclusiva (CREI) vinculam-se
administrativamente a uma escola estadual do município de implantação e à respectiva
Superintendência Regional de Ensino.
Parágrafo único. Os CREIs desenvolvem suas atividades considerando as áreas de abrangência
definidas pela Coordenação de Educação Especial Inclusiva (CEEI).
Art. 49 – A organização e o funcionamento dos CREIs serão normatizados através de Resolução
específica da Secretaria de Estado de Educação e o detalhamento de suas atividades serão
descritas em diretrizes específicas.
CAPÍTULO VIII
DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
Art. 50 – Aos gestores das escolas é imputada a responsabilidade de garantir uma reunião
semestral com os responsáveis pelos estudantes públicos da educação especial com a finalidade
de apresentar os direitos e recursos pedagógicos que são disponibilizados aos mesmos.
Art. 51 – É direito da família ter acesso ao Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) sempre que
solicitado.
Art. 52 – As equipes do Serviço de Apoio à Inclusão das Superintendências Regionais de Ensino
devem trabalhar de forma articulada com o Serviço de Inspeção Escolar, para potencializar o
monitoramento das escolas, sempre que for necessário.
Art. 53 – O gestor escolar deve solicitar e arquivar os documentos dos profissionais da área da
saúde que atestam a deficiência dos estudantes até 90 (noventa) dias corridos após a realização
da matrícula.
Art. 54 – Para os estudantes que necessitarem de apoio para desenvolver atividades da vida
diária (locomoção, higiene pessoal e alimentação), será autorizado um Auxiliar de Serviços da
Educação Básica (ASB) conforme quantitativo previsto em legislação vigente, além do comporta
da escola.
Art. 55 – Serão estabelecidas e publicadas pela Secretaria de Estado de Educação de Minas
Gerais, orientações sobre organização, desenvolvimento e funcionamento das atividades
relacionadas à Educação Especial, ficando sem efeito o Guia de Orientação da Educação
Especial e a Cartilha para pais, estudantes e profissionais da educação na rede estadual de
ensino de Minas Gerais publicados anterior a data desta Resolução.
Art. 56 – Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, em Belo Horizonte, 2020.
Anexos disponíveis em: http://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/4256-20-r%20-%20Public.10-01-20.pdf.pdf
MINAS GERAIS. Resolução SEE nº 4.256, de 9 de janeiro de 2020. Disponível em: <http://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/4256-20-r%20-%20Public.10-01-20.pdf.pdf> Acesso em: 31 Jul. 2020.